Hoje estou feliz e agradecida a Deus pela restauração do casamento da nossa querida amiga Ana, foram cinco anos no deserto do conhecimento, de busca espiritual e encontro com Deus e para honra e glória do Senhor ela obteve sua vitória. Vitória essa que teve um gostinho especial, pois foram tantas mudanças, tantos milagres que só temos que agradecer a misericórdia do Senhor.
"Ana minha querida estou extremamente feliz por tudo que Deus fez por ti, principalmente sua transformação, é visível a mudança em todas as áreas da sua vida. Espero que siga firme confiante que o Senhor colocará tudo nos seus devidos lugares e em breve, estarão novamente morando juntos. Que Deus te abençoe grandemente!!!"
Sol
............................................................................................
“Os teus olhos viram a minha
substância ainda informe, e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os
dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles”. (Salmos 139:16)
Esse
versículo – além de outros, claro -, foi fundamental para eu me reerguer em
Cristo. Depois de cinco anos, o Senhor restaurou a minha família! Eu nem
acredito que estou testemunhando sobre um milagre tão esperado na minha vida! Na
verdade, esse testemunho é muito mais sobre o que o Senhor fez em mim, do que a
restauração do meu casamento. Porque o meu coração não colocava o Senhor em
primeiro lugar; o meu marido era o primeiro lugar do meu coração.
Meu
casamento, ao contrário de muitos relatos que escutei ou li a respeito, era
perfeito: eu era muito amada pelo meu marido; tínhamos uma boa casa, uma boa
relação com a família; viajávamos nas férias e, tínhamos muitos projetos
juntos. Nunca poderia imaginar que um dia viesse a passar por tamanha decepção.
Não tinha indícios de que algo pudesse estar indo mal, a não ser o fato de não
colocar o Senhor em primeiro lugar e ter deixado de me dedicar ao ministério
que Ele tinha reservado para mim.
Em
2009, meu marido perdeu o emprego. Ele era executivo de Marketing de uma
empresa de telecomunicações, porém, como ele sempre foi planejador e
previdente, o abalo financeiro e emocional não foi muito grande para a nossa
família. Ele resolveu se preparar para concursos públicos, foi passando e,
finalmente, foi aprovado para o que ele desejava. No final de 2012 tomou posse
e começou nova carreira no serviço público.
No início de 2013, em março, eu o
vi enviando um e-mail para uma colega de trabalho; vi que, ao me
aproximar, ele ficou meio sem graça, mas me disse do que se tratava. Essa tal
colega de trabalho morava no mesmo bairro que nós morávamos, e, por
“coincidência”, a duas quadras de nossa casa. Como ela ia de carro, ele começou
a pegar caronas eventuais até que se tornaram frequentes. Em junho de 2013,
notei que ele estava esquisito e tal. Tivemos uma conversa e ele me disse que
não sabia se era “isso que ele queria para a vida dele”.
Eu pensei que tivesse
a ver com o que ele fazia no trabalho, já que era uma área diferente da qual
ele trabalhava na iniciativa privada. O meu chão caiu quando ele me disse que
não tinha a ver com o isso, mas com o fato de estar casado comigo. Perguntei
se tinha alguém – eu desconfiava que ele
tinha se envolvido com a tal colega de trabalho -, porém, ele negou. Em agosto,
eu fui aprovada em primeiro lugar para o doutorado e nos meses seguintes, fui
me dedicando à minha pesquisa e fui me desligando um pouco dessa situação que
tanto me amedrontava.
Ele não assumiu
essa paixão, mas, naturalmente, eu desconfiava de que alguma coisa estava acontecendo.
Ele sempre me olhava, dizia que me amava tanto; quando chegava do trabalho
dizia que tinha tido saudades de mim. Típico de quem está entrando em confusão
emocional. Perguntei
se ele ainda pegava carona com a fulana e disse a ele o quanto isso era
perigoso, já que ela era casada e que ele não sabia como o casamento dela
estava. Isso, já prevendo que ele estava envolvido com ela.
Comecei a orar,
pois já sentia que algo estava acontecendo. Numa dessas madrugadas em que eu me
pus a orar por essa situação, tive uma rápida visão de uma caveira enterrada.
Naquele momento, não levei muito em consideração, pois achei que se tratava da
minha imaginação atribulada. Enfim,
seguimos até o final do ano. Ele sugeriu que passássemos o Natal de 2013 fora,
só nós dois, em uma cidade que adorávamos e tinha um dos nossos restaurantes
preferidos. Fiquei um pouco receosa, pois não queria passar o Natal longe dos
meus pais, que eram idosos, mas fomos assim mesmo.
Na viagem, notei que ele
tinha desligado o celular, achei estranho, mas não quis perguntá-lo a razão. No
dia 23, ele acordou cedo, pegou o celular e saiu para falar, enquanto eu estava
me arrumando. De novo, achei estranho. Perguntei e ele me respondeu que estava
ligando para o pai. Desconfiada, confrontei-o, olhando nos olhos dele, mas ele
negava tudo. Retornamos
à nossa casa. Chegamos no dia 27, à noite. Organizamos as coisas e fomos nos
deitar. Como ele havia dirigido o dia todo, logo pegou no sono. Porém, alguma
coisa em mim incomodava. Ouvi uma “voz” me dizendo: “entra no e-mail
dele”.
Nunca fui uma esposa desconfiada ou ciumenta. Sempre respeitei a
privacidade dele; nunca abri carteira, mochila, celular nem e-mail. Intrigada
com essa “voz”, levantei-me e entrei no e-mail dele... Meu chão se
abriu... Lá encontrei um e-mail da tal colega de trabalho, dizendo que
estava com saudade... Gente, perdi a classe! Peguei o tablet e fui até o
quarto e o acordei, com raiva, mostrando o e-mail. Nunca tinha visto o
meu marido daquele jeito. Ele se levantou correndo, já chorando muito, indo
atrás de mim, tentando se desculpar. Bem, o resto dá para imaginar. Fui me
deitar já de madrugada e, no dia seguinte, levantei-me cedo e fui para a rua
resolver as pendências.
Ele me
enviou flores, tentava falar comigo, mas eu não atendia o celular. Quando
cheguei à noite, ele me disse que iria terminar com ela. Acreditei e, de fato,
foi o que aconteceu.
Mas,
óbvio, não durou muito tempo essa situação. Em maio de 2014, ele saiu de casa. Em
junho, perdi o meu cargo de coordenação na universidade em que trabalhava (de
onde vinha a maior parte do meu salário). Em julho, fui diagnosticada com um
problema na coluna cervical que me colocava em risco de paralisia e precisaria
fazer um implante.
Chorava a noite toda; não comia; não saia mais de casa, a
não ser para trabalhar. Minha irmã, que é médica, queria me internar, pois
estava muito abaixo do meu peso. Eu, que já era magra, cheguei a pesar 47kg (tenho
1,72 de altura). Fiquei um trapo humano. Todo mundo sem entender o que tinha
acontecido, já que tínhamos um relacionamento de muito amor visível. Porém,
sempre evitava de falar sobre o assunto. Só respondia que não estávamos mais
juntos.
A família dele sofreu muito, também, gostavam muito de mim e porque ele
já não era mais o mesmo, também. Afastei-me deles, para não saber de nada sobre
a vida dele. Deus providenciou uma amiga maravilhosa, que ficou ao meu lado o
tempo todo. Orávamos juntas, jejuávamos juntas, íamos aos cultos juntas. Quando
eu estava com dores, ela passava a noite ao meu lado, e esperava que eu
dormisse para, então, poder dormir também. Durante esse período de “horror”, em
momento algum liguei para ele para dizer o que se passava comigo.
Amados
e amadas, que deserto medonho! Mas o Senhor nunca me desamparou. Sempre me
sustentou em tudo. O meu salário, por um erro do RH, não foi reduzido! À época,
falei com a diretora sobre isso e ela me disse que a remuneração do cargo
acabava por ser incorporado ao salário. Então, não procurei o RH para informar.
Também, Deus me curou; não precisei fazer o implante de placa na cervical! Deus
me deu novos amigos e me trouxe os antigos para me darem suporte! Deus agiu na
minha vida com muitos milagres e me guardando de tudo. Mesmo a OM morando no
mesmo bairro e perto de mim, Deus nunca permitiu que eu encontrasse os dois!
Aos
poucos fui me recompondo. Deus foi me tratando de uma forma maravilhosa. Como
era uma situação nova para mim, fui buscar orientações em como proceder: orar
por restauração ou seguir a minha vida? Muitas opiniões diferentes. Mas eu não
queria ter outro casamento. Por outro lado, não cria que Deus pudesse reverter
a minha situação. Bem, demorei muiiiiitttttoooo a, enfim, escolher o caminho da
batalha pela restauração e me posicionar. Aprendi que, quanto mais cedo a gente
se posicionar, mais cedo a gente sai do deserto.
Encontrei
o blog da Meire, que, atualmente, não está mais ativo. Li o livro que
ela indicava, mas, sinceramente, não acreditava que Deus pudesse fazer isso com
o meu casamento; com os outros, acreditava que sim, mas, comigo, ah.... não
acreditava! Em
agosto 2018 – sim, amados e amadas, só em 2018, quase cinco anos depois! -,
senti, nitidamente, que deveria lutar pela restauração do meu casamento. Deus
me deu uma visão da minha casa, intacta, em cima de uma árvore, mas, embaixo da
árvore, como se houvesse um tsunami e uma água pura, limpando toda aquela lama.
Entendi que era o Senhor me dizendo que a minha casa estava de pé, mas que Ele
iria fazer uma limpeza em mim.
De novo, busquei informações e encontrei o blog
da Sol, o Restaurar Casamentos, Deus usou muito os áudios da Sol para me guiar. Aprendi a me posicionar
em oração; aprendi a ouvir a voz do Senhor, apesar de ser evangélica desde que
nasci. Aprendi a andar pela fé. Lutei muito em oração, jejuns e coloquei a
minha fé em prática. Em outubro de 2018, fiz a campanha Amantes Libertos,
orquestrada pelo presbítero Walter. De madrugada, durante 21 dias, em jejum, levantava
um clamor a Deus pela vida da OM.
Em novembro, o meu marido me procurou, com
uma desculpa que, confesso, já nem me lembro mais. Voltamos, aos poucos, a
conversar. Ele me ligava, pelo menos, três vezes por semana, à noite, e
falávamos durante horas a fio sobre coisas que nada tinham a ver com o que
havia acontecido. Não perguntava nada sobre a vida dele com a OM; o que estava
acontecendo entre eles; se ele estava ou não com ela. Conversávamos como se
nada houvesse acontecido entre a gente. Não cobrava nada dele. Falávamos de
coisas que sempre conversávamos.
Um dia ele me surpreendeu, dizendo que tinha
comprado uma bicicleta para mim! Em dezembro, ele perguntou se eu queria viajar
para Trancoso em janeiro (minhas férias e onde sempre íamos nessa época). Eu
disse que queria, mas tinha o doutorado e tal. Ele, então, de novo,
surpreendeu-me com as passagens! Quando estava lá, ele me ligava todas as
noites me perguntando o que eu tinha feito durante o dia!
Bem,
em janeiro de 2019, quando eu cheguei dessa viagem, ele começou a me procurar
com mais frequência. Um dia ele me disse que tinha terminado com a OM.
Perguntei a razão e ele me disse que não estava feliz. A gente foi retomando,
aos poucos, o nosso relacionamento. Nunca falamos sobre o que aconteceu. Nunca
perguntei, apesar de querer explicações. Confiei em Deus. Hoje, estamos de
volta juntos, mas não moramos na mesma casa. Ele continua morando na casa dele
e eu na minha, com todas as nossas coisas. Às vezes, penso em confrontá-lo, mas
penso nas consequências disso e me pergunto se vale a pena saber sobre o que
passou; “esquecendo-me das coisas que para trás ficam, prossigo para o alvo...”
O fato é que Deus me curou. Com esse longo deserto, Deus me fez nova criatura.
Hoje eu compreendo o que é andar em confiança e em fé. Tudo acontece de acordo
com os propósitos do Senhor para nossa vida. Foram cinco anos de muito
aprendizado; de dores e de choros, mas, também, de muitos milagres que não
deram para relatar aqui. Muitos, mesmo, queridos e queridas. Muitos milagres de
cura, de provisão, de portas abertas! Eu não conseguia entender quando, nos
testemunhos, diziam que devemos deixar Deus agir e seguirmos com a nossa vida.
Nunca entendi o que as pessoas testemunhavam em confiar em Deus; em deixar o
Senhor trabalhar, porque Ele trabalha no silêncio. Mas o Senhor, por
misericórdia, ensinou-me.
E hoje, cá estou, para honra e glória do Senhor,
testemunhando sobre o grande milagre que Ele fez em mim. O milagre não foi a
restauração da minha família, mas foi a transformação da minha vida; do meu
coração. Deus é bom e a sua misericórdia dura para sempre. Acreditem, o tempo
do Senhor é perfeito! Ele nos ama e tem o melhor para nós; no tempo Dele, Ele
agirá! Obrigada, Sol, por levar a sério o seu chamado, pois, por meio de você,
o Senhor tem feito grandes coisas nas vidas de muitas pessoas, inclusive, na
minha! Paz!
Ana Lattanzi
analattanzi@yahoo.com.br