Lutei nove anos e quando perdoei de coração, Deus restaurou meu casamento

Muitas pessoas ao longo da vida deparam-se com situações que fogem ao seu controle, ao seu entendimento e buscam socorro no Senhor, nessa hora, as provações são tantas que nem elas compreendem o porquê dessas lutas, mas como diz o ditado: "Grande batalhas só são dadas a grandes guerreiros". 

Desde o primeiro email com pedido de ajuda, vi nessa cara serva de Deus, uma lutadora, uma incansável, que se refugiou no Senhor e lutou com todas as suas forças para resgatar seu casamento. Sabemos que passar pelo deserto não é fácil, ainda mais quando durante o percurso sofremos humilhações, rejeições, restrições e tantos outros infortúnios, mas uma coisa é certa "os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão" (Isaías 40:31). 

A Jane veio testemunhar o que Deus fez em sua vida e em seu casamento, por meio do perdão, da submissão e do temor a Deus, não foi fácil chegar até esse estágio, ser aprovada por Deus requer renúncias e ela se submeteu. Hoje estou muito feliz por sua vitória e tenho certeza que ainda vou ler num próximo email você relatando que todos da sua família são servos de Deus. Obrigada por partilhar conosco seu testemunho e que Deus seja o centro da sua família!!! 

Sol

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Sou casada há 23 anos e há 9 anos estou permanecendo pelo meu casamento. Em 2008 meu marido começou a dormir separado, não me tocava e me tratava mal. O irmão dele havia morrido e como nós éramos brigados, achei que era ressentimentos. Eu orei, jejuei e em 2014, no ano novo ele voltou a dormir comigo e dizer que me amava. Em abril de 2014, através de uma mensagem que ele mandou errado, descobri que meu marido tinha outra mulher (OM) e duas filhas que registrou, pagou plano de saúde e pensão durante todo esse tempo sem que eu soubesse. Sofri muito, emagreci nove quilos, mas buscando a palavra de Deus decidi permanecer firme pelo nosso casamento. 

Ele não se separou, dizia que amava as duas, perseverei orando e em 2015, buscando na internet achei o RMI - Ajuda Matrimonial. Adquiri os livros da Erin Thiele, “Como Deus Pode e Vai Restaurar Seu Casamento” e “Uma Mulher Sábia”, assisti aos vídeos, e até que em dezembro de 2015 ele disse que terminou o relacionamento com ela. Em janeiro desse ano ele entrou na justiça pedindo a guarda compartilhada das filhas, o juiz determinou temporariamente, que a partir de março de 2017 ele ficaria domingos alternados com elas. 

Deixei meu orgulho de lado e aceitei as filhas dele em nossa casa, aceitei cuidá-las, alimentá-las, banhá-las (uma tem 8 e outra 4 anos). Mas, no fundo eu não conseguia perdoá-lo, nem à OM e também não confiava mais nele. Olhava seu celular escondido, contava o dinheiro antes e depois que ele chegava do trabalho, revistava sua roupa íntima. Meu marido, embora me tratasse bem, dizendo me amar, dizia que não me desejava e só tinha vida sexual comigo esporadicamente, se eu pedisse. Minha família não sabia nada sobre tudo isso, somente meu filho mais velho, casado, que não é filho dele. 

Depois de um tempo, ele contou aos nossos filhos (temos três, uma moça de 22, uma de 20 e um rapaz de 17 anos, todos na Universidade) e à família dele. Aguentei muitas humilhações, inclusive na semana passada em que teve uma audiência de guarda e a OM disse que não me queria lá, ele aceitou a vontade dela e não me levou. Quando chegou, disse que ela havia reclamado da maneira que eu lavava as roupas, alimentava as crianças. Perguntei se ele havia me defendido, uma vez que ele vê a minha dedicação. A resposta foi que era melhor não contrariá-la nesse momento e que havia prometido que eu faria tudo do jeito dela. Embora, a raiva tenha tomado conta do meu coração, eu entendi que era um teste e que precisava passar para poder viver em paz com meu esposo. 

Agora, a cada quinzena elas ficarão todo o final de semana em casa e em julho vai ter uma nova audiência. Ele disse que era importante fazer tudo do jeito dela. Quando foi buscar as meninas, não quis me levar, demorou uma hora para voltar (ela mora a cinco minutos de casa) e ainda trouxe uma lista de três páginas da forma que ela queria que cuidasse das crianças, inclusive exigindo que dormissem com ele. Me senti muito humilhada!!! Me perguntava: É isso que Deus quer de mim? Tenho que permanecer por um casamento de um homem que não me ama? Que só não sai de casa porque está recebendo pouco (por causa da pensão) e sou eu quem se responsabiliza pela maior parte das contas. Tenho que trabalhar o dia todo, cuidar de nossa casa, de nossos filhos e das filhas dele, para não receber nada em troca? É isso que Deus espera de mim? Essas perguntas ficaram na minha mente. 

Precisei fazer alguns exames e no último exame (um ecocardiograma) descobri que a médica era uma colega de trabalho (trabalho em um hospital), não somos próximas, mas do nada ela começou a falar de sua vida, que seu marido a traiu com uma paciente e que ela o mandou embora de casa, ficando com duas crianças pequenas. Eu acabei contando a minha história e ela me disse que se arrependeu de mandar o marido embora, mas que agora era tarde. Disse que foi a um retiro da igreja católica e sentiu isso. Falou para eu não me separar, em meu coração eu sabia que não é tarde para ela, mas não consegui dizer. Não sei porque, mas algo me bloqueou para falar sobre o Ministério Restaurar Casamentos, por isso irmãos devemos ficar atentas a voz de Deus. Eu era a última paciente e nós conversamos naquela manhã tudo que não conversamos em vinte e dois anos que somos colegas de trabalho. Ela me abraçou, como a uma grande amiga. No final, fui embora me sentindo bem mais leve, e tive a resposta de Deus que valia a pena lutar pelo meu casamento. 

Cheguei em casa com o fato de não ter falado à médica sobre o Ministério me incomodando. Passei o dia cuidando das filhas dele. À noite, ele colocou elas na cama e na hora que as abraçou, senti aquela raiva novamente tomando conta de mim. Forrei o chão e deitei. Tirei fotos dele abraçado às filhas. De madrugada, minha filha de vinte e dois anos me pediu para busca-la de uma festa. Eu fui e quando viemos ela falou com muita raiva das irmãs, eu ao invés de acalmar a situação, ainda a incentivei naquele sentimento ruim. Quando entrávamos em casa, eu, que em oito anos de carteira nunca bati, bati o carro inexplicavelmente na lateral do portão. Foi um estrago e fiquei com uma horrível sensação de que era uma represália de Deus, pela minha atitude. 

Quando entrei no quarto, ele acordou e me perguntou onde estava e eu disse o que houve. Ele perguntou por que não o chamei. Eu falei que ele estava com as suas filhas. Ele me respondeu: "Eu só ia fazê-las dormir e peguei no sono". Então ele se deitou ao meu lado, no chão e me abraçou. Pela manhã, eu me levantei cedo, fui ao banheiro e orei. Fiz um compromisso com Deus, de que se o meu casamento fosse restaurado em definitivo, eu ajudaria outras pessoas. Quando eu saí, as meninas tinham acordado, e percebi que não tinha mais ciúmes delas. Cuidei delas, penteei seus cabelos, alimentei e ajudei a fazer tarefas, dei banho e vesti com prazer. Meu marido ficou muito feliz e quando foi levá-las embora, me chamou para ir. Eu dei glórias a Deus no meu íntimo, mas falei calmamente: Hoje não, amor, estou muito desarrumada. Ele então chamou minha filha de vinte anos para ir junto. 

Fui tomar banho e no banheiro me ajoelhei e pedi: "Senhor, faça com que ele queira ter intimidade comigo". E adivinhem? Quando ele voltou, era o meu marido de novo. Disse que estranhou porque a OM não quis sair para conversar, como sempre fazia quando ele ia só. Eu só concordei com ele. Ficamos vendo tv juntos, no quarto, abraçados e quando desliguei a tv, ele me disse que me amava e tivemos intimidade. Depois conversamos e decidimos que era hora de contar toda a verdade para a minha família. 

Na segunda à noite, convoquei uma reunião na casa de minha mãe, com meus irmãos e meu primo, decidi ir sozinha e contei tudo o que escondi por oito anos. Somente um irmão reagiu mal e quando falou mal de meu marido, discutimos muito. Minha mãe então falou que sabia, antes de mim, da traição, por ter visto ele com a outra. Fiquei muito decepcionada com ela, mesmo a minha irmã dizendo que talvez fosse para minha proteção e fui embora dizendo que não voltaria mais lá. Não contei tudo a ele, as ofensas, por exemplo. Mas ele me disse que eu precisava entender e relevar o meu irmão e a minha mãe. 

Quando me ajoelhei para orar, Deus me lembrou do espírito manso e quieto. Se eu não tivesse reagido, talvez tivéssemos nos entendido. Orei a Deus para me ajudar a perdoar. De manhã, antes do trabalho passei na casa da minha mãe e me reconciliei. Dei carona à minha irmã, conversamos, e ela me disse que eu tinha que entender que eles não poderiam esquecer em uma noite o que eu levei oito anos. Mas quando meu marido ligou, ela mandou "abraço para o cunhado", como sempre fazia. Dei glória a Deus! Mais tarde, já no trabalho, após orar no banheiro, liguei para o meu irmão e pedimos perdão uma ao outro. 

Desde domingo quando realmente me prostrei ao Senhor e decidi perdoar de coração, meu marido está me tratando com muito amor. Até uma pregação do pastor Cláudio Duarte, sobre casamento, que eu estava ouvindo com fones no celular, ele colocou na tv para vermos juntos. Nós ainda temos um longo caminho, mas não sinto mais aquela mágoa. Eu decidi que vou procurar a médica, e também uma amiga que o marido abandonou, e levar uma cópia dos livros da Erin Thiele: “Como Deus Pode e Vai Restaurar Seu Casamento” e “Uma Mulher Sábia”. Tenho a certeza de que vão ajudá-las, como me ajudaram. Também vou permanecer na palavra. 

Um detalhe muito importante e que fique de alerta para odas as mulheres é que quando meu filho caçula nasceu, minha sogra me pressionou muito para fazer esterilização. Eu não sentia desejo em meu coração, mas cedi. Meu marido adora crianças e as crianças o adoram, às vezes ele dizia brincando que queria ter outro bebê e eu respondia: "só se for com outra". Quando li o livro da Erin e vi que só Deus deve fechar úteros, me lembrei disso. Eu fiz esterilização e meu marido teve duas filhas com outra. Também vi sobre o perigo de nossas palavras. 

Em Salmos 139:16 está escrito "Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda"

Ou seja, estava determinado que meu marido teria cinco filhos, e eu tola e imprudente profetizei que seria com outra, poderia ter sido comigo, se eu tivesse sido sábia. Portanto mulheres não caiam no mesmo erro que eu, há poder em suas palavras, então não profira algo que não queira que aconteça. 

Eu glorifico a Deus por toda obra que Ele operou em minha vida. Estou muito feliz pois, minha filha de vinte anos teve um encontro com Jesus, sozinha, em seu quarto e vai se batizar no dia 10 de junho. Acredito firmemente que o mesmo vai acontecer ao meu marido e aos outros meus três filhos. Creio que meu marido será o líder espiritual da minha casa e nunca mais irá adulterar porque eu e minha casa serviremos ao Senhor. Glória a Deus!! 

Meus irmãos permaneçam pelo seus casamentos, não desistam, sigam firmes e terão a vitória. 

Jane Rocha