Ow glória, só alegria em ler esse lindo testemunho, como é gratificante quando vemos que não apenas o casamento foi restaurado, mas também o relacionamento com o Senhor, isso por si só já seria o mais importante, na realidade o primordial.
"Izabela que lindo e sincero seu relato e quão profundo foi essa experiência no deserto, isso comprova que Deus prova aqueles que Ele ama, que são seus eleitos. Espero de coração que siga firme nos caminhos do Senhor sendo essa mulher sábia que aprendeu a confiar nas providências vindas do trono do Rei. Que Deus abençoe sua vida e seu casamento".
Sol
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Este testemunho não é apenas sobre um casamento destruído que foi restaurado. É sobre um relacionamento entre pai e filha, o qual Deus quis estabelecer e firmar, é sobre não se apoiar na própria inteligência, sobre se conectar com Cristo de forma que tudo seja dele, por ele e para ele. Lembre-se disso: o Senhor deseja se relacionar com você, e o que estiver no caminho entre este relacionamento precisa ser removido.
O início
Minha história começa em Maio de 2012, quando me casei com meu primeiro namorado, relacionamento de 5 anos, tudo perfeito, lindo, mágico. Eu muito jovem, apenas 19 anos iniciei a jornada de esposa sem ter muito discernimento e com uma convicção: não queria ter o casamento dos meus pais.
Para minha sorte tinha uma marido calmo, compreensivo, amoroso, que amava cozinhar (sorte a minha) e não me exigia postura da mulher sábia de provérbios. Seguimos nossa vida num relacionamento muito saudável, quase sem brigas e de muita parceria. Tínhamos alguns problemas financeiros, quase zero ciúmes de ambos.
Os erros e a Crise
Tudo ia tão bem, que eu sempre falava: “ tenho vários problemas, mas meu casamento é a parte segura da minha vida”, chega a ser engraçado lembrar disso.
“Confie no Senhor de todo o coração e não se apoie na sua própria inteligência” (Provérbios 3:5)
Eu confiava muito em mim mesma e me achava muito esperta, e assim, fomos deixando Jesus de lado, cada vez mais longe da igreja, e por minha culpa, meu esposo acabou deixando de ser atuante na obra e isso era uma das coisas que ele mais amava na vida, ou seja, além de não ser a mulher sábia que edifica a casa (pois sempre fui uma péssima dona de casa), fui de certa forma responsável pelo declínio do ministério do meu esposo. Por me achar detentora da razão, também tinha extrema dificuldade em pedir perdão. Então meu cônjuge era sempre a pessoa que cedia, dava o braço a torcer.
No início de 2018, após quase 6 anos de casados, ele resolveu participar de um coral muito conhecido da sede da nossa igreja, não me comunicou da sua decisão, e eu desde o início, sem saber exatamente o porquê, não vi com bons olhos mas não o reprimi da escolha, por outro lado, fiz exatamente o que fazia sempre, não era presente nas apresentações, não frequentava o novo ciclo de amizades dele ( não cometam esse erro).
E assim, fui vendo meu marido cada vez mais envolvido nesse projeto, e eu de fora, ele deixava de fazer as coisas comigo pois era assíduo lá, não podia faltar, e mesmo sendo um ministério da “igreja” se envolveu com pessoas que não edificavam, era tudo pela música, mas não por Cristo. Ele foi esfriando, se afastando e eu achando que tudo isso era devido a problemas financeiros que vínhamos enfrentando,cheguei até conversar algumas vezes e dizer que ele parecia ter desistido da vida (mas nunca apontava para mim ou o casamento, achava que conosco tudo ia bem).
No final de julho viajei com meu pai para o Sul e quando voltei encontrei meu esposo muito, distante, frio, estranho. Depois de uns dias o pressionei, mas nunca imaginei ouvir o que ouvi aquele dia: “não te amo mais, não quero continuar casado”, assim, do nada, como quem conta como foi o dia. Ali meu chão se abriu, eu chorava compulsivamente como se alguém tivesse morrido. Como um relacionamento tão “perfeito” acabava sem o menor sinal? E fui perguntar onde eu falhei, o que poderia fazer pra tentar mudar, mas ali já era tarde, já estávamos sentenciados ao fim, ele já não era o mesmo, e eu havia perdido meu "Porto Seguro". Aqui, vai mais um conselho: não se apoiem em "Pessoas", coisas e muito menos em você próprio, a queda é longa e dolorosa, não podemos dar um lugar tão soberano a quem é limitado.
Tentei fazer de tudo com as minhas próprias mãos para que não houvesse a separação, até que um dia ele confessou chorado que havia me traído e que não conseguiria mais continuar comigo sabendo o mal que me fez. ( ele era uma pessoa que abominava traição, e enfatizava muito isso, então eu confiava muito pois ele nunca deu motivos e era muito correto).
Um dia depois eu nada experta peguei o telefone dele fui atrás das provas do crime, e no Instagram vi mensagens, conversas e etc. novamente meu chão se abriu, vi uma moça mais nova chamando meu marido de “presente de Deus” (cômico se não fosse trágico), e a partir daí eu vi que não tinha mesmo mais o que fazer e depois de algumas semanas, ele deixou nossa casa sem demonstrar nenhuma tristeza e aí percebi que meu deserto havia de fato começado.
Como muitas mulheres eu fui atrás de rede social, stalkeei, vigiei os passos, e como sempre via coisas que não agradavam. Um dia joguei na cara que ele já estava com outra, a única vez que discutimos, aí ele começou a falar em divórcio. Eu chorava muito, sofria demais e apesar de tudo ia me lembrando dia após dia de todos os erros que cometi, eu era chata, rixosa, insubmissa, rebelde e não aceitava sair “por baixo”.
O lugar onde lembrei que Deus existe
O deserto foi um lugar onde me vi completamente sozinha, abandonava e vi meu futuro ruir. Mas convivendo com outras histórias vi que fui muito bem cuidada nesse período. Meu marido ainda mantinha a casa, me ajudava como podia, mas mesmo sem perguntar ele fazia questão de assegurar que não tinha mais volta, que não sentia mais nada por mim (ele sempre foi muito decido enfim muita facilidade de virar a página).
Eu não aceitava a situação e me lembrava do que minha mãe sempre dizia: casamento é para a vida toda. Comecei a procurar na internet sobre separação e etc. e conheci os canais de restauração como o da Sol (um amor de pessoa que depois me colocou num grupo que me edificou muito) e é claro, lembrei da existência de Deus. Não que não soubesse que ele existia, fui cristã minha vida toda , só o coloquei lá, num lugar inacessível, distante e soberano demais pra se importar comigo.
Neste período eu comecei a frequentar todo e qualquer culto que podia, orava de madrugada lia a Bíblia, e nesse período Deus colocou uma querida amiga (fomos madrinhas de casamento uma da outra) e por “coincidência” me apresentou o livro da Erin, aí começamos a conversar e a dar forças uma pra outra ( um detalhe um tanto curioso é que nossos maridos saíram de casa no mesmo dia). Sei que nós conseguimos tudo apenas com ajuda do nosso pai celestial, mas não tenho dúvidas de que fomos colocadas pelo senhor na vida uma da outra para levantar uma a outra nos dias difíceis, e posso afirmar sem duvidas, foram muitos dias difíceis.
Não quero enfatizar os erros do meu esposo, mas ele se envolveu com mais uma pessoa, mas nunca relacionamento sério ou assumido, eu sempre sabia das coisas que ele fazia mesmo sem buscar, isso doía muito, mas eu me agarrava mais e mais ao meu pai celestial. Ele também não recebia apoio de praticamente ninguém, nem família, nem amigos...
Meu relacionamento com Jesus foi se estreitando, e é muito importante dizer que tive dias de muita dor, passava muito tempo sozinha, senti o que muitos sentem: problemas de autoestima, medo de um futuro solitário, medo de não haver fim pro deserto, mas assim como ouvimos e lemos sempre nos canais de restauração,existe um fim, existe saída!
Se você ainda não teve seu casamento restaurado entenda uma coisa: “ A fé não sabe, a fé sente”. Eu assim como você tive dúvidas, tive oscilações, dias de certeza que não haveria restauração pra mim. Mas novamente, não diminua o poder do seu Deus. Nenhuma situação é difícil demais pra ele. Eu ouvi que NUNCA MAIS poderia ter meu casamento de volta pela voz do meu marido, ele não demonstrava sentimento de marido por mim, virei apenas uma amiga.
Quando o senhor restaurou a minha sorte
Os dias foram passando, fui me fortalecendo na palavra, aproveitando os meus momentos sozinha, conhecendo a Jesus mais intimamente, me apaixonando pela simplicidade e grandeza da sua palavra, tendo meu caráter moldado, passando por problemas familiares, financeiros e etc... não sei vocês, mas meu deserto teve toda sorte de elementos complementares rs, não apenas a separação, fui julgada por sair com minhas amigas, fui julgada por desejar a restauração e lutar por ela, mas ter um relacionamento com Cristo anulava todas as minhas dores, e assim, do mesmo “nada” que gerou todo esse caos, como naquela canção que diz: “minha sorte ele mudará diante dos meus olhos” Comecei a ver o agir de Deus (ele já estava trabalhando, mas a partir desse momento ele começou a responder minhas orações).
Sem que eu fizesse absolutamente nada com minhas mãos, o senhor tirou as pedras do caminho, uma a uma. Meu marido passou a não querer mais estar no coral q tanto amava, foi assaltado, bateu o carro, ficou sem trabalho, e a essa altura já estava desviado, bebendo muito, e com raiva da igreja, me disse um dia que sabia que eu me preocupava com sua vida espiritual mas que jamais voltaria pra igreja de novo. E poucos dias depois, estava novamente em uma igreja, arrependido e aos pés do senhor.
Ele ainda não tinha demonstrado interesse em voltar pro casamento, mas eu já não sofria tanto porque vi o senhor levá-lo ao deserto também, foi necessário perder tudo e ser parado, para que ele entendesse o erro e mudasse de vida. Como eu já mencionei, nós nunca deixamos de ser amigos, ele foi se reaproximando, mas nada de citar o casamento, e eu sem Pressionar, só descansava no senhor e confiava no que ele disse sobre o homem não separar o que Deus uniu.
Depois de reluta, negar, e desistir (resumindo muito pois já escrevi quase um livro), exatamente 6 meses desde a saída de casa, no meio de uma conversa no WhatsApp, eu li as palavras “gostaria de tentar de novo se você quiser”, depois ele disse que lembra com muito pesar das palavras que disse, pois ele nunca deixou de me amar, só não entendia isso.
Chorei muito, louvei ao senhor, pois tudo isso foi o trabalho dele! Só Deus poderia trazer de volta a pessoa que disse estar decida de que jamais voltaria atrás ( e o conhecendo a mais de 10 anos sei que ele não volta atrás) . Hoje estamos nos mudando de estado, e a obra do senhor está sendo completa. Ainda não é fácil, a batalha continua, há muito caminho a percorrer, a diferença é que hoje eu tenho plena confiança no meu guia e sei que seus caminhos são mais mais altos que os meus. Se a minha versão do início soubesse de como tudo terminaria, ela não acreditaria.
Quero dedicar esse testemunho de encorajamento à minha parceira de guerra Kelly, obrigada por ter me dado às primeiras instruções e por nunca ter me deixado desistir, o senhor foi muito zeloso por te colocar no meu caminho, e já vai escrevendo o seu testemunho, você é a próxima!
Conclusão e conselhos
Tentei resumir a história ao máximo e focar no que realmente importa: o senhor deseja restaurar o seu casamento, assim como fez no meu,por isso, o processo não pode ser desprezado. Parece loucura, mas aprecie sua breve passagem pelo deserto vai valer a pena, e você vai entender o porquê.
Se você está lutando pela restauração, vai parecer injusto e solitário, mas isso também é parte do processo, tenha paciência e certeza que o senhor está do seu lado pois ele guerreia com quem luta pela aliança. A restauração não acontece para quem faz tudo certo 100% do tempo, ela acontece para quem não desiste, que segue mesmo arrastando, sem forças, que erra, que acerta, que duvida mas persevera.
Todas (todas mesmo) as coisas cooperam para o bem, entenda que seu casamento é só um detalhe, e por mais impossível que pareça, ele VAI FAZER, mas você precisa estar pronto, seu relacionamento com o pai precisa importar mais, então foque apenas nisso,tire as suas mãos e deleite-se nele.
Hoje não sou mais a mesma, nem que eu quisesse eu seria. Mas tudo isso é pra honra e glória de um pai maravilhoso que ouve nossas orações, colhe nossas lágrimas e transforma odres velhos em novos para transbordar de vinho novo!
“Ó Senhor Deus, eu já não sou orgulhoso; deixei de olhar os outros com arrogância. Não vou atrás das coisas grandes e extraordinárias, que estão fora do meu alcance. Assim, como a criança desmamada fica quieta nos braços da mãe, assim eu estou satisfeito e tranquilo, e o meu coração está calmo dentro de mim” (Salmos 131:1-2 NTLH)Izabela Lizandro
lizandroisabela@yahoo.com