Ai gente fico tão feliz quando recebo um relatório de louvor em agradecimento a tudo que Deus vem fazendo, é lindo a mudança que o deserto nos proporciona, cada um com sua porção, cada qual com o suprimento da sua necessidade. É nessas horas que vemos que nossa dependência está totalmente em Deus.
Letícia lindo demais seu relato, veja que tudo isso foi necessário, se continuasse da forma que estavam com toda certeza as traições seriam recorrentes e constantes. Deus entrou na sua família para limpar todo o pecado, tirar toda sujeira e proporcionar uma vida nova, cheio da presença do Espírito Santo de Deus que hoje brilha em você. Continue brilhando que em breve sua cereja do bolo chega, de mala e cuia. Abraços!!
Sol
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Começo esse agradecimento com uma passagem que vem me acompanhando nessa jornada:
“Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na terra e verdadeiramente serás alimentado. Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o desejo do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará.” Salmos 37: 3-5
Eu acreditava ter entrado no deserto em novembro/2018, mas quando parei para analisar toda minha vida e o que vinha acontecendo, percebi que meu deserto começou em 07 de janeiro de 2015, quando aos 2 anos e meio de casada descobri uma traição do meu esposo. Naquele dia meu mundo caiu. Tudo o que eu sonhei, o que acreditava a respeito do meu casamento foi ao chão. Um buraco se abriu e eu jamais havia sentido tanta dor como naquele dia.
Meu marido havia sofrido um acidente de moto e aguardando o atendimento no hospital ele chorava, estava angustiado, sem lugar... e eu achando que era somente pela dor ao ter deslocado o ombro. Mas, na verdade algo estava doendo nele e ele não sabia me dizer. De uma maneira inesperada, ao ficar com o celular dele (enquanto ele estava no bloco cirúrgico) fui avisar as pessoas o ocorrido e vi ali um aplicativo de vídeo/conversa instalado.
A curiosidade logo bateu e enfim, encontrei conversas, fotos e tudo mais que todos já devem saber. Perdi o rumo, me faltou o ar, me faltou os sentidos. Eu não conseguia pensar em nada, não podia dizer para minha família, não podia dizer para ninguém porque senti vergonha, dor, humilhação. Mesmo ele ainda sob efeito de anestesia, despejei nele o que eu havia descoberto. Não esperei outro momento. Minha vontade era de bater nele, de derramar nele toda a dor que eu estava sentindo.
Naquele dia não o deixei voltar para nossa casa. Pedi, pedi não, mandei que ele fosse dormir na casa da mãe dele, porque eu não conseguia olhar, encostar nele. Guardei aquela dor pra mim, voltei pra nossa casa e chorei a noite inteira. Me perguntava onde eu tinha errado, porque meu marido teve com outra pessoa se nada lhe faltava em casa. Acreditava eu que o que fazia era suficiente. Mas nunca, nunca havia olhando para o meu próprio umbigo (acho que quase todo mundo se esquece de olhar pra si mesmo. De reconhecer as falhas, de se permitir assumir um erro e batalhar para uma mudança). E, dessa forma, eu apenas o culpava pelo erro.
No dia seguinte ele voltou pra casa, tentamos conversar, ele se explicar e eu só chorava. Mas ao mesmo tempo que queria odiá-lo pela sua falha, não queria que ele fosse embora. A dor da ausência dele era pior. E eu tentava entender o porquê disso. Eu, que sempre fui dona de mim, que sempre dizia que se me traísse no dia seguinte nem precisava voltar, que jurava de pé junto que se o casamento desse errado eu seria a primeira a procurar as formas para divorciar... Por ai já devem ter percebido como e porque eu entrei no deserto né?
Então, diante da dor que mais pesava (a ausência dele) e por ele ter pedido, perdoei. Ou melhor, achei que eu tinha perdoado. Por alguns momentos eu não lembrava, mas no primeiro atraso, na primeira mensagem mal respondida, no cansaço que tinha para termos relação eu já vomitava nele todos os erros, toda a falha dele, toda a dor que eu ainda sentia. Logo, eu não tinha perdoado coisa nenhuma.
E perceberam que até o momento eu mal falei do Senhor? Porque eu não lembrei de procurar a Deus. Eu não lembrei de procurar Aquele que tinha abençoado meu casamento. Nos momentos que as lágrimas escorriam eu corria pra Deus, clamava, pedia misericórdia, mas era ter uma pequena melhora que eu mal rezava o Pai Nosso. E assim foram se passando mais alguns meses, a gente tentava de um jeito, brigava, ficava bem. E meu esposo sempre calado, praticamente sempre aceitando tudo, já quer era “só” ele que tinha errado.
Em julho de 2016, após 4 anos de casados e ter enfrentado esse vendaval em nossas vidas, engravidei. Ficamos maravilhados com a novidade e ao mesmo tempo com medo. Eu trabalhava em dois lugares, meu marido também, nosso tempo juntos era bem escasso, mas voltamos a ter mais carinho um com o outro, curtimos a gravidez, quando soubemos que seria menino a alegria foi ainda maior. Mas numa ocasião, eu estava gravida de uns 6/7 meses, descobri novamente uma conversa do meu esposo com uma outra mulher. Meu mundo caiu mais uma vez...
Eu gravida e nem assim meu esposo me respeitava? Entrei em contato com a pessoa fingindo ser meu marido e ela me respondeu que o havia conhecido por um app de relacionamento e com um outro nome e me mandou a imagem da conversa deles. Eu não acreditei. Não era possível que depois de tudo que havíamos passado esse pesadelo novamente estava me rodeando. Cheguei a perguntar a ele o que era aquilo, de forma branda, e ele não sabia de dizer, dizia que o celular tinha sido clonado, que ele não tinha feito nada, não tinha encontrado com ninguém.
Eu acreditei nele... mas depois a verdade veio a tona. Eu fiquei transtornada, cheguei a não querer mais meu filho porque não queria ter mais nenhuma ligação com meu marido. Era muito absurdo tudo aquilo e eu não achava justo. Mas ai ele assumiu ter algum problema psicológico, buscamos terapia juntos e mais uma vez nos demos essa chance. Passamos a ir às missas com mais frequência (somos católicos), voltamos a ler uma palavra juntos antes de dormir, e a cada dia eu (à minha maneira) buscava Deus para perto de nós, para que este mal, para que a separação não chegasse até nós, ainda mais nesse momento de chegada do nosso filho.
Mas um detalhe muito importante, eu ainda continuei ciumenta, rixosa, brigava por tudo, a última palavra sempre foi a minha, toda oportunidade eu jogava na cara dele as traições (virtuais ou não) e eu falava que mesmo grávida ou com filho recém-nascido que eu não pensava 2x antes de me separar, mas passar por essa humilhação de novo eu não passava.
Meu esposo, à maneira dele sempre cuidou muito bem de mim. Era carinhoso, as vezes meio relapso (como a maioria dos homens) mas eu jamais acreditei que um dia ele me deixaria. Me ajudava em tudo durante a gravidez, e depois que nosso filho nasceu ele sempre foi um paizão.
Os meses foram passando e ele sempre atolado no trabalho, eram reuniões, treinamentos, tudo dele era a academia (ele é professor de Ed. Física). E eu pedia atenção, cobrava carinho, tinha muito medo de ter depressão pós parto. Cobrava passeios em família, queria que tudo fosse perfeito. E ele sempre cansado, ocupado... e ai aquela pessoa briguenta colocava as asinhas de fora e de novo eu falava “se você desse a mesma assistência a família igual dá ao trabalho nós não estaríamos brigando” ou pior “eu sei que eu e nosso filho irá sofrer mas assim não quero mais, quero me separar”. Oh meu Deus, quantas vezes eu disse que queria me separar.
E assim foram passando os meses... até que um dia, exatamente 16/11/2018, depois de uma discussão ele finalmente disse “vamos colocar um ponto final nisso. Estou saindo de casa”. É minha gente, aquela mulher ciumenta e que a última palavra tinha que ser dela, caiu por terra. Chorei, implorei, desenvolvi crise de ansiedade, perdi quase 10kg em 2 meses, fui ao pó. Desse dia em diante começou mesmo meu deserto, só que agora com meu marido fora de casa. Eu não tinha rumo. Nosso filho com 1 ano e meio, super apegado ao pai. Como eu ia fazer? Como trabalhar, dar conta de casa, de uma criança aprendendo as coisas e ainda chorando porque sentia saudades do pai? Me vi perdida, sem direção, sem amor, totalmente inerte a tudo que estava acontecendo.
Comecei a ir mal no trabalho, deixava coisas por fazer, não conseguia me concentrar, perdia a paciência com frequência com meu filho, ainda mais quando ele chorava. Não conseguia comer, não conseguia cuidar da minha casa, não conseguia cuidar da nossa cachorrinha. A minha sorte era que meu filho almoçava e jantava na escolinha, então eu achava que não precisava cozinhar pra ele.
Um dia, juntando o lixo para levar pra fora, percebi que havia larvas no chão, próximo ao lixo. E eram muitas! Estavam se arrastando para a cozinha, indo para o local onde minha cachorrinha faz as necessidades dela. Olhei pra aquilo e senti um nojo tão grande. Quando abri a lixeira aquele monte de larvas saindo, porque há dias eu não juntava o lixo. Gente, esse momento pra mim foi transformador. Eu chorava, me olhei o espelho e falei pra mim mesma: “Chega! Olha o que você está fazendo com você, com sua casa, com seu filho. Ninguém merece isso!” Eu senti minha vida apodrecendo quando vi aquelas larvas. E naquele dia eu comecei a me reerguer.
No dia seguinte, como muitos aqui, fui pro santo Google buscar como superar uma separação, como reconquistar o ex., e então me deparei com o Blog Restaurar. Que mundo é esse? Que mundo é esse onde as pessoas buscam a restauração dos seus casamentos? Era o que eu me perguntava. E fui lendo testemunho atrás de testemunho. Me encontrei com o livro “Como Deus pode e vai restaurar seu casamento” e queria ler tudo de uma só vez, porém fui lendo aos poucos, com calma, entendendo cada palavra. E a cada capítulo eu percebia o quanto eu fui tola, mesquinha, rixosa. Percebi o quanto estava longe de ser a mulher sábia que edifica a casa. Eu era um lixo, uma mulher tão orgulhosa. Uma mulher que não soube buscar a Deus para se tratar e cuidar do bem mais precioso que o Senhor havia me dado.
Mas ali já não adiantava mais, era chorar sob o leite derramado, então dia após dia lia os testemunhos, lia o livro e passei a buscar diariamente a Deus. Aprendi a jejuar, reaprendi a rezar, a clamar pelo Senhor não mais somente pelo meu esposo, mas por mim, para que o Senhor fizesse a sua obra em mim, porque independente do meu esposo voltar ou não, queria que ser uma melhor mãe, uma filha melhor, uma pessoa melhor.
Depois de muito lutar e até ter alguns sinais de reaproximação do meu marido, eu pequei novamente pela minha ansiedade e o afastei. Nesse dia eu desisti. Ia procurar sair, procurar conhecer outras pessoas, ia seguir minha vida assim como o meu esposo estava fazendo (nesse período eu já sabia que ele estava com a OM). E nesse domingo que eu ia desistir, eu recebo a mensagem da Sol para fazer parte do grupo Restaurar, eu havia solicitado a entrada por email. Ali eu chorei, meu coração se encheu de alegria e pra mim foi um sinal de Deus para eu não desistir do meu casamento.
Participar do grupo tem sido de uma aprendizagem tão grande e tão gratificante. São tantas histórias de vida que as vezes você olha e percebe que a sua dor é tão pequena diante do que alguns irmão passam. Através do Restaurar conheci as meninas amigas de MG e temos nosso grupo que é como um oásis nesse deserto, pois podemos nos abrir e falar dessa nossa luta que é tão solitária. É como a Sol diz, nadamos contra a corrente, buscamos algo que muitos consideram sem solução, mas acima de tudo servimos a um Deus que tudo pode, a um Deus do impossível. Servimos a um Deus que nos acolhe, nos leva ao deserto para nos tratar, para nos moldar. E a esse tratamento sou grata ao Senhor. Sou grata por cada lágrima que já derramei (e ainda derramo – sou muito emotiva). Nesse deserto, que não está mais tão escaldante, fiz amizades que não consigo nem dimensionar o amor que sinto por elas.
Nesse deserto tenho aprendido a crer todos os dias no que não vejo e o Senhor tem me sustentado, tem me abençoado. Sou grata a Deus porque mesmo diante de tantas lutas meu esposo nunca deixou de contribuir financeiramente com as despesas da casa e com nosso filho. Não só financeiramente, ele está sempre presente para com nosso filho. Peço sempre a Deus para me dar direção, já que ele está sempre “próximo”.
Durante a pandemia a renda dele diminuiu e somente com o que eu ganho não é possível manter tudo – nosso apartamento é financiado, então Deus preparou outras formas para que as contas não acumulassem. No último mês após receber meu salário e pagar as contas eu ficaria totalmente desprovida, e com criança a gente sempre preocupa, e Deus preparou um valor que eu não esperava receber. Tudo o Senhor tem me ajudado. E só posso ser grata por tudo.
Durante esses quase dois anos de deserto uma nova pessoa nasceu. Aprendi a buscar a Deus. Aprendi a conversar com Pai. Aprendi principalmente a me silenciar – ah como isso era difícil pra mim – mas graças a bondade de Deus tenho aprendido. Não digo que não há levantes, que não há dias que dá vontade de desistir, mas o Senhor é tão bom, tão maravilhoso que Ele usa de vários meios para me dizer “filha, não desista”.
Ah... meu casamento ainda (AINDA) não foi restaurado. Espero na misericórdia e no tempo do Senhor. Mas até aqui eu senti de agradecer ao Pai por tudo que ele tem feito e sim, nosso deserto pode ser mais leve se entregarmos nossas dores nas mãos Daquele que tudo pode, e creio no poder da tua Palavra em nossas vidas. Fácil não é, mas pro nosso Deus nada é impossível.
Obrigada Sol por se permitir ser usada de Deus e ajudar a tantas pessoas/famílias. Obrigada as minhas amoras do Restauradas MG por me ouvirem repetidas vezes. Pelas minhas amigas irmãs Vanessa, Tacilla e Kelly por tantas e tantas vezes que me ajudam.
E principalmente, obrigada meu Deus, por me chamar novamente para que eu pudesse me curvar aos Teus pés e dizer que o Senhor é bom e cuida de tudo.
“Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, subirão com asas como águas, correrão e não se cansarão, caminharão e não se fatigarão.” Isaias 40:31
Letícia Sena
leticia.sena@gmail.com
Lindo relato de louvor, que Deus abençoe você e creia q em nome de Jesus seu casamento será restaurado conforme a vontade do nosso Pai.
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