Em meio ao deserto Deus tem derramado bênçãos em minha vida

Irmãos uma coisa que aprendi no meu deserto foi testemunhar o que Deus faz por nós, quanto mais testemunhamos mais bênçãos o Senhor derrame em nossa vida. O testemunho fortalece outras pessoas, é o alimento para suprir a necessidade de muitos que estão sem esperança, sem contar que testemunhar é testificar o quanto o Senhor é poderoso e seu nome precisa ser exaltado.

"Monique não tenho palavras por tantas bênçãos, realmente o Senhor tem sido misericordioso contigo e com seus familiares, aguardo ansiosa o seu testemunho de casamento restaurado, esse será a cereja do bolo em vista de tantos milagre."

Sol

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Queridos irmãos, quero relatar a vocês o quanto o Senhor tem sido bom comigo e suprido minhas necessidades nesse deserto. Sou cristã desde que nasci e tenho muitas coisas maravilhosas a testemunhar sobre o nosso Deus, mas no momento vou focar no meu deserto. 

Em novembro de 2019, meu marido saiu de casa dizendo que eu não deveria esperar por ele. Não temos filhos, por isso nossa relação ficou um tanto quanto distante. Temos pouco contato, mas não nos bloqueamos nas redes sociais pois ele disse que posso procurar por ele, caso precise de algo. 

Nesse meio tempo, tenho buscado ao Senhor e Ele tem me suprido. Quando meu marido me deixou, meu contrato de trabalho era temporário e se encerraria no mês seguinte (sou professora). A primeira bênção veio já no final do ano passado quando fui informada de que o contrato foi prorrogado por mais um ano! E mais, hoje mesmo (27/07), recebi um e-mail do RH da secretaria de educação da minha cidade informando que meu contrato passou a ser por tempo indeterminado! Glória a Deus, eu vinha orando por isso há meses! 

Além disso, fiz uma pós-graduação em seis meses. Eu havia começado essa pós antes da separação e logo que o meu marido foi embora a dor era tão grande que eu a tranquei. Conheci uma moça que também busca pela restauração e ela me encorajou a voltar com o curso. Deus me deu forças e voltei a estudar, concluindo o curso rapidamente. 

No momento da separação, meu marido me deixou o carro que tínhamos, cujo IPVA ele mesmo pagou alguns meses depois. Isso foi pela graça de Deus, pois quando venceu o documento eu não estava com condições de arcar com essa despesa. Não precisei pedir, foi Deus que moveu o coração dele. 

Em meio ao deserto, posso dizer que não sofro de solidão, pois estou morando com meus pais e minha irmã mais nova. Eu tenho 30 anos e ela 25, nos damos muito bem e temos uma vida feliz em família. Sou grata a Deus por tê-los, aproveito esse tempo com eles, pois sei que logo voltarei a morar com o meu marido no apartamento que compramos antes da separação. 

Logo que entrei no deserto, minha mãe teve crises em seu casamento com meu pai e juntas oramos para que o Senhor intervisse. Lembro que uma noite, chorando muito, pedi ao Senhor que não permitisse que minha mãe entrasse no deserto também (eles têm trinta e dois anos de casados). O Senhor atendeu minha oração e meus pais se reconciliaram, não houve separação. Glória a Deus! 

Além disso, Deus me deu outra grande bênção: curou os meus pais de corona vírus. No início desse mês, minha mãe começou a passar mal, tinha náuseas e vômitos e meu pai passou a ter febre e tosse. Os dois caíram de cama no mesmo dia e não tinham forças para se levantar. Eu fazia sopa, levava frutas, mas eles não tinham apetite e se esforçavam muito pra se alimentar. Eu pedia a eles que tentassem levantar para irmos ao hospital, porém eles não queriam se expor. Eles não achavam que era covid e estavam preocupados em irem até lá e acabarem contraindo. 

Eu consegui levá-los uma vez a um hospital conceituado das redondezas, porém não fizeram nenhum exame e deram soro pra eles e assim eles voltaram pra casa se atirando na cama em seguida. Todos os dias eu orava por eles, jejuei duas noites e implorei ao Senhor que os curasse. Eles não conseguiam se levantar pra tomar um banho, minha mãe nem penteava mais o cabelo. Doze dias se passaram e eu comecei a ficar desesperada. Minha mãe chorava e às vezes nem sequer falava e não se mexia. Meu pai deitado ao lado estava tão fraco que sua voz não saía direito. Eu queria levá-los de novo ao hospital, mas e se eles não estivessem com covid e acabassem pegando isso lá? 

Deitei na minha cama me sentindo impotente e deprimida e pedindo a Deus que guiasse aquele dia. A minha irmã veio e me chacoalhou dizendo: “temos que fazer alguma coisa urgente!”. Eu disse a ela que eles não queriam sair e ela disse: “quando eramos crianças, eles nos forçavam a tomar remédios porque sabiam que era pro nosso bem. Agora vamos forçá-los a ir pro hospital”. Além dela, meu irmão que mora em outra cidade, também me ligava colocando pressão pra levá-los a uma emergência. A responsabilidade caiu toda sobre mim, sendo que eu já estava esgotada de cuidar de tudo. 

Aqui no Rio Grande do Sul faz muito frio e o tempo fica chuvoso e nublado no inverno. Naquele dia, o Senhor abriu um sol pra gente. Consegui convencer meus pais e eles vieram com a gente ao hospital. Foram horas ajudando eles a se arrumar e limpando vômitos até conseguirmos sair. Mais uma vez receberam soro e isso os fortaleceu um pouco mais. O médico do plantão pela segunda vez achou que não era covid e não pediu nenhum exame. Voltaram pra casa e cama de novo. 

No décimo quinto dia, minha mãe conseguiu se levantar. Ela começou a me ajudar aos poucos a fazer comida e a limpar a casa. No entanto, meu pai ainda não estava bem. Ele sentia uma fraqueza tão grande que não conseguia manter os olhos abertos. Meu pai é diabético e minha mãe é hipertensa. Marquei um pneumologista pro meu pai e o meu carro estragou. Meu pai disse que era problema na bateria. Pois bem, saímos eu e ele de uber (e ele mal). Minha irmã ficou em casa com minha mãe. 

O médico ouviu os sintomas e pediu urgentemente uma tomografia do pulmão e um teste de covid. Consegui marcar a tomografia pro mesmo dia, mas era em outro local (o hospital público da minha cidade). Lá fomos nós de uber pra fazer o exame e enquanto esperávamos, meu pai o tempo todo se sentia fraco. Eu abraçada nele orava para Deus fortalecê-lo. Ele só ficava com os olhos fechados, com a cabeça encostada na parede. Eu só pensava que talvez ele tivesse que ser internado e isso me doía o coração. Foi um dia de muita angústia pra mim. Ao mesmo tempo, eu estava grata a Deus pela minha mãe estar se recuperando. 

Ele fez o exame e fomos para outra ala do hospital, pois eu queria que ele passasse por alguma triagem pra ver a oxigenação no sangue. A enfermeira verificou e disse que estava tudo bem. Voltamos pra casa, o apetite dele abriu um pouco e ele comeu uma carne com batatas que eu havia feito. O tempo todo eu levava água pra ele beber, pois ele estava ficando desidratado. Na outra semana, levei meus pais para fazerem o teste do covid. No outro dia saiu o resultado: positivo. A tomografia do meu pai mostrou que os pulmões estavam 25% comprometidos. O médico olhou o exame e disse que ele iria ficar bem, porém precisava repousar. Ele disse que o pior já havia passado. 

Os sintomas dos meus pais foram considerados “leves”, apesar de serem grupo de risco. Só sei que a luta foi grande e estou levantando minhas mãos pro céu, pois eu e minha irmã estávamos com saúde pra cuidar deles e eles não tiveram falta de ar. Além disso, Deus enviou pessoas para orar com a gente, eram amigos ligando o tempo todo. Minha tia trouxe lentilha pronta, outra irmã da igreja fez sopa e bolo e isso me aliviava um pouco. Como é bom ter amigos de verdade! 

Mudando de assunto, ontem mesmo fiquei sabendo pelo meu banco que um talão de cheques meu foi clonado, mas pela graça do Senhor, não fui lesada financeiramente! Mesmo sem eu saber que corria perigo de perder dinheiro, o Senhor me livrou. Liguei pra central de atendimento do banco e o talão foi sustado no mesmo instante. Lembram que meu carro não funcionou justamente no momento em que eu precisava levar meu pai para o hospital? Pois então, logo que meu pai ficou bem, ele trocou a bateria e o carro voltou a funcionar. Como era um carro popular, ano 2004, eu vinha orando a Deus para trocá-lo e inclusive coloquei isso no jejum das cartas que fizemos no grupo Restaurar há alguns meses atrás. 

Irmãos, Deus me abriu essa porta há poucos dias! Consegui negociar o meu carrinho pelo valor de 9 mil com uma revenda (as outras queriam me pagar apenas 5 mil por ele) e todo o financiamento para um carro bem mais novo foi aprovado. Resumindo: O Senhor já me concedeu a troca do carro, conforme pedi a Ele. Estou de carro novo! 

Deus tem sido muito bom comigo e vim aqui contar que Sua misericórdia se renova a cada manhã. O deserto tem me moldado e me ensinado muitas coisas. O Senhor tem usado tudo isso para o meu bem, pois hoje sou outra Monique. Aquela mulher rixosa e contenciosa o Senhor tem transformado todos os dias em um vaso novo. Espero logo voltar aqui e contar sobre a restauração do meu casamento. Creia que em meio aos seus piores dias, o Senhor está ali do seu lado te guiando e te protegendo. Ele não dorme nem tosqueneja! Ele tem me mostrado que se agrada muito de um coração agradecido, quanto mais você se agrada do Senhor, mais ele satisfaz os desejos do seu coração. Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus! 

“O tempo não pode apagar

As muitas águas nunca levarão o amor que você sente por mim

Eu sei que tudo vai se cumprir” 

(Ministério Zoe)

Monique
mo.cougorodrigues@gmail.com