sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

A origem da destruição familiar


Desde criança, sempre ouvi e aprendi de minha querida mãe, dona Alzira, que lavar sempre e bem as mãos evita uma série de contaminações e doenças pelo corpo. Até hoje ela me repreende se me vir chegando da rua e não lavar as minhas mãos.

De fato, quem não tem esse costume diário está sujeito a doenças como febre tifoide, gripes e resfriados, conjuntivite, que surgem em nosso corpo por causa de bactérias originárias das mãos sujas. Um corpo contaminado e doente pode levar o indivíduo a consequências terríveis e até a morte.

Mas os discípulos do SENHOR JESUS comiam pão sem antes lavar as mãos, o que causou grande aborrecimento por parte dos escribas e fariseus, cuja tradição deles rezava que a santidade também estava relacionada ao ato de lavar as mãos antes de comer qualquer coisa: “E ajuntaram-se a Ele os fariseus e alguns dos escribas que tinham vindo de Jerusalém. E, vendo que alguns dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar, os repreendiam. Porque os fariseus, e todos os judeus, conservando a tradição dos antigos, não comem sem lavar as mãos muitas vezes. E, quando voltam do mercado, se não se lavarem, não comem (...). Depois perguntaram-lhe os fariseus e escribas: Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos por lavar?” (Marcos 7:1-5).

Você pode estar se perguntando o que esse assunto tem a ver com a destruição familiar. Respondo que tudo, especialmente se considerarmos a resposta que JESUS deu àqueles que O interrogaram acerca do ato de comer sem lavar as mãos: “Mas, o que sai da boca procede do coração, e isso contamina o homem. PORQUE DO CORAÇÃO PROCEDEM OS MAUS PENSAMENTOS, MORTES, ADULTÉRIOS, FORNICAÇÃO, FURTOS, FALSOS TESTEMUNHOS E BLASFÊMIAS. São estas coisas que contaminam o homem, mas comer sem lavar as mãos, isso não contamina o homem” (Mateus 15:18-20) (grifo meu). É claro que JESUS não estava fazendo campanha em defesa da falta de higiene, para as pessoas comerem sem lavar as mãos. Mais uma vez, ELE priorizou o espiritual em detrimento do físico. A contaminação pelo SENHOR referida era da alma, do espírito e, consequentemente, do corpo. Os fariseus e os escribas guardavam religiosamente as leis e as tradições antigas, mas tinham um coração muito longe de DEUS.

A resposta de JESUS nos faz pensar sobre a profundidade do coração de cada um: ou profundo para a santidade e a vida, ou profundo para o pecado e a morte.

A família começa a ser destruída quando um dos cônjuges olha para o lugar errado, para a pessoa errada e deseja o que é mau para o coração e a alma; quando cobiça outra mulher ou homem na Internet, no ambiente de trabalho, na rua, na casa de um amigo, dentro de um templo, ou em qualquer outro lugar semelhante. A perversidade e a traição se alojam no coração às escondidas, sem que o outro saiba, veja ou descubra as suas origens. E uma esposa e um marido honestos e fiéis terminam se deitando e tendo relação sexual com um “cônjuge desconhecido”, um monstro pecaminoso ainda não revelado a eles. Um abismo atrai outro abismo; um desejo mau atrai outros desejos maus. E, dessa forma, o monstro vai ganhando forma dentro de uma família. Até que ele se torna um gigante revelado e diz para a esposa ou para o marido: “Não te quero mais, porque o amor de mim para você acabou”. E decide abandonar o lar, deixando para trás toda uma estrutura montada, além da importância da aliança matrimonial.

O pecado cega e aprisiona o coração de um marido e de uma esposa, que não vigiaram, não foram sinceros e não fizeram o que era correto aos olhos de DEUS. Quanto mais se alimenta do pecado, mais a opressão e o mal se apoderam da alma. E muitas vezes, quando o outro chega a saber da realidade, o cônjuge aprisionado vem se alimentando do imprestável há muito tempo. O coração do rei Davi passou a ser perverso e mau quando ele olhou para quem não deveria e a cobiçou. E foi por isso que, muito depois, ele confessou a DEUS e clamou pela restauração: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto” (Salmo 51:10). Ninguém pede para DEUS criar um coração puro, se o mesmo for puro. A pureza só pode vir a substituir a impureza, a podridão. DEUS transforma vasos destruídos, de desonra, em vasos de honra, úteis ao Seu Reino. Há pessoas que já se casam caídas espiritualmente e moralmente, com o coração longe de DEUS. São casamentos que já na origem, na raiz, começaram fadados ao fracasso e à ruína.
 
 Há outras, no entanto, que transformam o coração em um baú de podridão em algum momento da convivência conjugal. Nesses casos, o casamento, que era bom e saudável, torna-se algo sofrível e perturbador, um acúmulo de problemas. Descobrir o instante exato em que o mal se apoderou do coração do cônjuge pode não ser uma tarefa fácil, nem necessária. O importante é ter sabedoria para se posicionar no sentido de preservar a paz interior e a santidade. A falta de sabedoria na condução do processo de uma destruição familiar pode afetar os filhos, a saúde mental, emocional e espiritual do cônjuge traído e demais estruturas. Ou seja, o buraco que já era grande pode se tornar maior ainda. Assim como ele pode desaparecer, se tudo for conduzido com sabedoria e orientações corretas.

Há maridos e esposas muito preocupados com o exterior, com a aparência do casamento, frequentando restaurantes, comendo do bom e do melhor e lavando as mãos com os melhores sabonetes do mercado; mas deixando o interior, o caráter, o coração puro e sincero, relegados a segundos e terceiros planos. Mas vejam o que orienta a Palavra de DEUS:“O enfeite das esposas cristãs não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; MAS O MARIDO ENCOBERTO NO CORAÇÃO, NO INCORRUPTÍVEL TRAJE DE UM ESPÍRITO MANSO E QUIETO, que é precioso diante de Deus. Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que ESPERAVAM EM DEUS E ESTAVAM SUJEITAS AOS SEUS PRÓPRIOS MARIDOS. Como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor; DA QUAL VÓS SOIS FILHAS, fazendo o bem e não temendo nenhum espanto. Igualmente vós, maridos, coabitai com elas com entendimento, DANDO HONRA À ESPOSA, como vaso mais fraco, como sendo vós os seus coerdeiros da graça da vida; PARA QUE NÃO SEJAM IMPEDIDAS AS VOSSAS ORAÇÕES” (1 Pedro 3:3-7) (grifos meus).

Valorizar as bases estruturais de um casamento evita que ele venha a ruir e produzir tristes consequências para a família no futuro. Só quem valoriza apenas o exterior, o lavar as mãos, a aparência, é quem trata o casamento como uma instituição descartável, um contrato apenas, que a qualquer momento pode ser substituído, trocado, como se troca uma roupa qualquer. Que os conselhos de Salomão, pelo Espírito do SENHOR, sejam guardados perpetuamente no coração, como ele mesmo pediu, para que os casamentos sejam até a morte e passem a agradar AQUELE que o criou:

“Filho meu, atenta para as minhas palavras; às minhas razões inclina o teu ouvido. Não as deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-as no íntimo do teu coração. Porque são vida para os que as acham, e saúde para todo o seu corpo. Sobre tudo o que se deve guardar, GUARDA O TEU CORAÇÃO, PORQUE DELE PROCEDEM AS FONTES DA VIDA. Desvia de ti a falsidade da boca, e afasta de ti a perversidade dos lábios. Os teus olhos olhem para a frente, e as tuas pálpebras olhem direito diante de ti. Pondera a vereda de teus pés, e todos os teus caminhos sejam bem ordenados!” (Provérbios 4:20-26) (grifo meu).

No Amor de DEUS,

FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é pastor e líder do Ministério Restaurando Famílias para Cristo.
 
Fonte: www.familiasparacristo.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário