"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu."Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras;Tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;Tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz." Eclesiastes 3:1-9
É com o coração cheio de alegria que venho aqui testemunhar o milagre que Deus operou em meu casamento. O meu tempo de rir chegou e espero ter palavras suficientes para glorificar esse que é digno de toda honra, toda glória e todo louvor.
É com o coração cheio de alegria que venho aqui testemunhar o milagre que Deus operou em meu casamento. O meu tempo de rir chegou e espero ter palavras suficientes para glorificar esse que é digno de toda honra, toda glória e todo louvor.
Me casei em abril de 2007. Estava com 20 anos e meu amado com 21. Éramos muito jovens, eu engravidei e por isso adiantamos nosso casamento. Não foi como imaginávamos por conta da pressa, foi apenas no civil, mas foi um dia muito feliz pra gente.
Apesar da pouca idade, assumimos bem o papel de marido e esposa, de pai e mãe. Claro que as coisas não foram fáceis, mas íamos levando. Meu marido sempre foi um paizão, graças a Deus, sempre foi muito presente na vida de nossa filha, participativo, tanto que eu tinha ciúmes da relação deles, muitas vezes fiquei triste pensando que se eu morresse minha filha nem sentiria minha falta. Ao invés de glorificar a Deus por ter dado um pai tão bom pra minha filha, eu murmurava. Quanta tolice da minha parte.
Os anos foram se passando, e eu fui me tornando uma mulher amarga, nada nunca estava bom pra mim, estava sempre reclamando, brigando, ficava emburrada por tudo, não podia ser contrariada. Sentia um vazio que nada nem ninguém preenchia e depositei em meu marido a responsabilidade de curar essa sensação. Hoje sei que o que faltava na minha vida era Deus. Hoje sei que esse Deus que agora conheço não é nem de perto aquele que eu achava que conhecia. Hoje eu sei que aquele Cristo pregado na cruz não existe, pois o Deus a quem eu sirvo vive.
Eu cobrava tudo do meu marido, era insatisfeita com tudo. Me tornava cada dia mais rixosa, mais irritadiça. Descontava minhas frustrações no meu marido e ele, de um marido carinhoso foi se tornando distante. Eu estava longe de ser a mulher de espírito manso e quieto que agrada a Deus. Brigava por tudo e com todos. Meu marido sempre foi muito ligado a família. Ao contrário de mim, que com os anos fui me afastando dos meus pais, dos meus irmãos. Para mim, se no mundo só existisse eu, meu marido e minha filha estavam ótimos. Ninguém mais interessava. Meu marido tomou o lugar de Deus na minha vida. Ele virou o centro do meu universo. Passamos a brigar demais, mas mesmo assim eu vivia em função dele. Eu só queria agrada-lo, agrada-lo e agrada-lo mas fazia isso esperando retribuição e cobrava essa retribuição. Cobrava amor, carinho, atenção. E quanto mais eu cobrava mais distante ele ficava, menos carinhoso, menos gentil.
Passei o ano de 2014 planejando uma viagem para a Bahia, pois desde que meu esposo veio para São Paulo ele nunca mais voltou para sua cidade Natal, e ele era uma criança quando veio e hoje está com 30 anos. O ano de 2015 chegou e nosso combinado era ir viajar nas minhas férias e ele pegaria alguns dias de folga no trabalho. Em janeiro, no meio de uma conversa ele me contou que havia conversado com o patrão dele e informado que estava procurando estágio na área que estava estudando e diante disso o patrão passou a procurar um novo funcionário para substituí-lo, que já havia encontrado esse novo funcionário e que ele trabalharia só até o fim daquele mês. Aquela noticia acabou comigo, não acreditava que ele tinha se demitido e não tinha me contado nada. Mais uma vez briguei, xinguei, esperneei e cancelei a viagem. Não podia me dar o luxo de ir viajar e gastar o dinheiro que tinha sabendo que no mês seguinte eu teria que arcar com as contas da casa sozinha. Aliás, eu já estava bem acostumada a assumir o papel de homem da casa. Gostava de ter a rédia de tudo em minhas mãos. Não sabia que Deus nos criou mulheres para sermos ajudadoras dos nossos maridos, não o contrário.
Passou-se mais alguns meses. Em março fomos a uma festa, mais uma vez brigados e todos percebiam o mal estar entre nós. Eu o envergonhava com minhas atitudes e nem ligava para o que os outros achavam e ele cada vez mais distante de mim. Eu parecia uma criança mimada querendo chamar atenção. Foi um mês difícil, brigávamos quase todos os dias, eu sempre mencionava o divórcio nessas brigas. Dizia que ia sofrer se ele acontecesse, que ia chorar, mas que ia passar pois nada é eterno. Mais uma prova da quão tola eu era.
Chegou meu aniversário em abril e ele nem me deu parabéns. Fiquei tão chateada, o cobrei e brigamos mais uma vez.Nas brigas agora ele dizia que queria ir embora e eu chorava mas em nenhum momento pensava em mudar minha postura. Eu não sabia que era tão errada.
Dia 18 de abril de 2015 fiz um propósito com Deus e pedi pra que se houvesse a possibilidade, que Ele salvasse meu casamento. Nos dias seguintes as brigas continuaram e dia 22 de abril levei meu marido embora. Isso mesmo, o levei embora. Logo pela manhã discutimos, estávamos como dois estranhos dentro de casa, eu perguntava se era dessa maneira que ele queria viver e ele dizia que tanto fazia, que aquilo era o melhor que ele podia ser, que pra ele estava bom daquele jeito e eu em um ataque de fúria fiz as malas dele, coloquei no carro e o levei pra casa da minha sogra.
Fomos trabalhar e eu senti naquela mesma hora o gosto amargo do arrependimento. No caminho para o trabalho liguei pra ele e disse que buscaria as coisas dele, que não queria me separar. Já era tarde. Ele me disse que seria bom passar uns dias fora. Com o passar do dia achei que tinha tomado a decisão certa, estava cheia de mim. Fui a casa de uma amiga e lá conversando com ela minha ficha realmente caiu. Nesse mesmo dia fomos a um culto onde Deus falou muito comigo embora eu não entendesse o que Ele queria dizer.
Meu deserto realmente tinha começado. Eu ligava pra ele e ele dizia que não iria mais voltar. Os dias foram passando e eu me acabando. Não comia, não bebia, não dormia. Mas achava que tudo acabaria logo. Minha filha ficou aos cuidados dos meus pais. Eles sofriam, pois minha vida era chorar. Eu pedia pra Deus pra dormir e não acordar mais. Eu não via sentido em viver sem ele. Eu não aceitava ver meu sonho de família de comercial de margarina se desfazer daquela forma. Comecei a pesquisar na internet sobre restauração de casamentos. Não imaginava que tantas pessoas passavam por essa situação. Encontrei o livro "Como Deus pode e vai restaurar seu casamento", li e me identifiquei. Parecia que a autora estava falando de mim no livro: contenciosa, rixosa, insubmissa. Lendo o livro comecei a enxergar meus erros como esposa. E demorei a entender princípios importantes como o "deixar ir". Agia por meu próprio entendimento.
Mais alguns meses se passaram e em julho de 2015 viajei para o Rio de Janeiro a trabalho. Um dia pela manhã eu e meu marido estávamos conversando e ele me contou que estava conhecendo uma pessoa. O chão ruiu embaixo dos meus pés. Não imaginava que em tão pouco tempo ele se envolveria com alguém. Na verdade eu não acreditava que havia a possibilidade dele se envolver com outra pessoa. Eu esperava dia após dia que ele voltasse pra casa. Foi um dia desesperador. Eu, longe da minha filha, da minha família, sem ter como voltar pra casa, pois o voo estava agendada pra dali dois dias. E foram os dois dias mais longos da minha vida. No dia que eu fiquei sabendo dessa terceira pessoa logo fui mexer no Facebook e descobri que lá já estava como relacionamento sério. Descobri que meus familiares e amigos já sabiam e que tinham combinado de não me contar já prevendo o quanto eu sofreria. O relacionamento já havia começado a 2 meses e fazia 3 que estávamos separados.
Voltei pra São Paulo. Eu havia pedido tanto a Deus pra não deixar ele se envolver com ninguém. Desacreditei que esse Deus existisse e que me ouvisse.
Nos vimos no dia seguinte.Choramos, ouvi meu marido me pedir perdão, implorei pra ele terminar com aquela mulher, me humilhei e ele me disse que não iria terminar. Fui me afundando em uma tristeza que parecia que não iria terminar. Emagrecia cada dia mais. Perdi mais de 10 quilos. Às vezes ligava pra ele e ele estava com ela e me dizia, sem dó nem piedade. O rancor dele era percebido pela voz. Ele colocava fotos dos dois juntos nas redes sociais. Esfregava na minha cara sua felicidade. Em agosto, recebi um e-mail com o testemunho da Edinete. Do casamento dela que tinha sido restaurado após o divórcio. Foi quando conheci o Ministério Atalaia de Deus. Liguei e passei a ser acompanhada pelo pastor Henrique Lino. Quando ele dizia que aquilo era uma guerra eu não imaginava que a batalha seria tão grande.
Nesse tempo eu já acreditava que somente Deus poderia restaurar meu casamento. E o pastor sempre me dizia que devíamos confiar no Senhor. Mas como é difícil colocar algo nas mãos de Deus e não tirar. Quantas e quantas vezes liguei pro pastor chorando, dizendo que não aguentava mais. E quantas vezes ele me encorajou e me disse que venceríamos essa guerra. Quantas vezes eu pensei em desistir. Quantas vezes eu fucei no Facebook e vi as declarações do meu marido para a outra. E aquilo me feria tanto... E o pastor sempre me dizendo pra não olhar pras circunstâncias, que quando olhamos para as circunstâncias nos afogamos assim como Pedro, mas quando olhamos pra Jesus andamos sobre as águas (Mateus 14:24-31).Eu queria um sinal do agir de Deus o tempo todo, mas Deus ministrava em meu coração que devemos andar por fé e não por vista (2 Coríntios 5:7).
Mais ou menos em outubro do ano passado meu marido me pediu o divórcio. Eu não concordei e a solução seria o litígio. Mais uma vez liguei pro pastor em prantos e ele tentou me acalmar dizendo que aquilo era só um vento, mas não adiantou. Aquilo me apavorava, o diabo sabia disso e me afrontava. Meu marido me pediu os documentos e não os entreguei. Ele fez a segunda via e deu entrada no processo. No dia em que a advogada dele me enviou uma correspondência me pedindo para entrar em contato com ela e eu liguei e ela me falou do divórcio eu achei que iria morrer. Eu orava e chorava. Um choro doído. Sentia uma dor mais que emocional, era física. E o pastor mais uma vez me acalmando e afirmando que aquilo era só um vento. Hoje entendo os planos de Deus e sei que se Penina não afrontasse Ana, talvez Ana não clamasse ao Senhor (1 Samuel 1:6). O divórcio era minha Penina.
O fim do ano chegou, todos se preparavam para as festas de Natal e Réveillon e eu sofrendo. Um dia contei ao pastor do meu sofrimento em ver todos se aprontado pro fim do ano e me lembro como hoje ele dizendo que meu marido não voltaria em 2015 mas que 2016 seria meu ano. Não era aquilo que eu queria ouvir e chorei o resto do dia. Lembro que disse ao pastor que 2016 teria 366 dias e ele me lembrou que o ano começava em janeiro e que eu não esperaria até o fim do ano. O aniversário do meu marido passou, as festas de fim de ano também. 2016 chegou. Saí do ministério onde eu congregava e não tinha apoio da liderança e fui para outro onde fui abraçada, onde acreditavam ser possível a restauração do meu casamento.
O inimigo tentou fazer eu perder ou pelo menos adiar minha benção trazendo uma pessoa que me dizia tudo que uma mulher quer ouvir. Mas eu resisti pela graça de Deus. Em um dia onde mais uma vez eu liguei choramingando para o pastor ele puxou minha orelha, me disse que minha situação estava dependendo mais de mim que de Deus. Sem fé é impossível agradar a Deus (Hebreus 11:6). Acredito que só nesse dia eu realmente deixei meu marido ir. Deixei mesmo. Me lembrava dele só na hora de orar. Não atendia mais as ligações. Fugia para não vê-lo, afinal de contas ele vinha 2 finais de semana por mês para buscar nossa filha. Não dava espaço pra uma amizade entre nós. Quando inevitavelmente eu o via, o tratava com educação e só. Não tínhamos muito assunto. Eu tive que sair da frente pra Deus poder agir. Não era o que eu queria fazer, mas eu devia obediência ao pastor e total confiança a Deus. Quantas vezes ouvi que deveria ir atrás dele e seduzi-lo.
Tive a sorte também de conhecer nesse período pessoas maravilhosas. A Érica, a Grazi, a missionária Caren. Sorte não, providência de Deus. Elas me exortaram muitas e muitas vezes. Serei eternamente grata ao nosso Senhor por colocar elas em meu caminho. Meu muito obrigada a vocês sempre. Fora o apoio daquelas amigas de todas as horas: Juliana, Katia, Stela, Joyce. Agradeço a Deus pela vida de cada uma. Tantas lágrimas derramei nos ombros delas. Foi um tempo de muita dor. Tempo onde senti o abandono de quem eu jamais pensei que faria isso. Foi duro, mas foi preciso (Êxodo 9:12). Eu senti falta de quem eu achei que não sairia do meu lado, mas cada detalhe teve a mão de Deus. Eu precisava me apegar a Ele, não em qualquer outra pessoa. Meu foco tinha que ser Deus. Tive que aprender a orar, a jejuar. Tudo fora do que eu estava acostumada.
Dia 4 de fevereiro meu marido me ligou diversas vezes mas só o atendi no fim da tarde. Eu logo fui perguntando se ele queria falar com nossa filha e ele me respondeu que não, que era comigo mesmo. Pediu para conversarmos pessoalmente. Logo liguei pro pastor , ele me orientou e lá fui eu me encontrar com meu marido. Ouvi ele me pedindo perdão, dizendo que sentia falta da nossa família, que queria voltar pra casa, tão arrependido de tudo. A vontade que eu tinha era de gritar de tanta alegria mas tinha um detalhe: ele ainda tinha uma namorada. Conversamos e eu disse a ele que voltaríamos a conversar quando a situação dele com a outra estivesse resolvida. Dois dias depois nos vimos novamente. O namora havia sido terminado e ele querendo saber se eu estaria disposta a passar por cima do que viesse para ficarmos juntos de novo. Sabíamos que haveriam criticas. A mim por aceita-lo de volta depois da traição, a ele por ter dito que preferia morrer do que voltar comigo e estar voltando.
Nos perdoamos, choramos juntos e tenho visto todos esses dias como Deus contemplou cada uma das minhas orações. Pedia tanto um marido amoroso, cuidadoso e tenho vivido dias de sonho ao lado dele. Ele voltou cheio de planos de nos casarmos no religioso, de termos outro filho. Impossível não acreditar que "Deus inclina o coração do rei a todo seu querer" (Provérbios 21:1) e que Ele "tira o coração de pedra e dá um coração de carne" (Ezequiel 11:19). Hoje ouço meu marido arrependido por ter envolvido outra pessoa na nossa história. O ouço me agradecendo por não ter desistido dele e da nossa família.
Só tenho a agradecer a Jesus por ter me encontrado e me sustentado em cada provação. Foram tantas. Era gente mandando eu seguir minha vida, implicando porque eu usava aliança, rindo de mim. Cristãos me perguntando se eu ainda queria meu marido de volta, me aconselhando a namorar outra pessoa. E quando doía demais eu corria pra Ele e Ele me dava uma paz surreal.
E pra não dizer que tudo são flores, sim, existem pessoas que não absorveram bem nossa volta. Pessoas que realmente eu gostaria que estivessem desfrutando com a gente essa alegria, mas assim como o pastor me disse: Deus não faz obra pela metade (Filipenses 1:6) e creio que tudo irá se resolver.Tudo para a glória de Deus. Quanto ao divórcio, meu esposo ligou para a advogada e pediu o cancelamento do processo.
E para quem ainda luta por sua família deixo um recado, ou melhor, um pedido: Não desistam de suas famílias, de seus cônjuges, de seus filhos. Cada dia no deserto é doloroso demais. Sofri todos os dias desses 9 meses mas aprendi que Deus está a uma oração de distância, que família é prioridade de Deus e é seu desejo restaura-la. A nossa maior revelação é a Bíblia e Deus é fiel a sua palavra.Nós é que somos ansiosos, descrentes. O tempo de rir de cada um de vocês também chegará.
Eu e meu esposo estamos em uma readaptação. Acordamos e achamos que teremos uma amnésia e não é assim. Lembranças vem a nossa mente mas acredito que amar e perdoar é uma escolha e eu escolho seguir esses mandamentos do Senhor.
Obrigada pastor Henrique por todos esses meses de apoio, por sempre apontar na Palavra as promessas de Deus pra minha vida e por me empurrar todas as vezes pra mais perto de Cristo. Desculpe pelo tamanho do relato. Espero que venha edificar muitas vidas. Acreditem, alguns detalhes ficaram de fora ou isso se tornaria um livro. Busquem a face de Deus e como o pastor sempre diz: Leiam e pratiquem a Bíblia.
Graça e paz a todos.
Josiane Cristina dos Santos Fernandes
São Paulo- SP
josianne_jcs@hotmail.com
Fonte: www.atalaiadedeus.com.br
Nove meses. É o tempo do meu deserto no dia de hoje. Minha esposa nunca me ligou nesse tempo todo.
ResponderExcluirDois meses é o tempo do meu deserto...Que jesus no tempo certo restaure minha familia!
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