segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Dois perdões: o de DEUS e o do diabo

Perdoar é uma virtude apenas de quem tem o Espírito Santo. Ela nasceu de DEUS para os Seus filhos para que estes também a exercitassem entre si como exemplo daquilo que o SENHOR fez e faz por eles. Portanto, qualquer tentativa de perdão fora do padrão de DEUS é da carne e do diabo; frustrada, decepcionante.

Quanto mais um ser humano se aproxima de DEUS, quanto mais ele se preenche do Espírito Santo, mais o ato de perdoar o próximo se torna simples. O contrário também é a expressão da verdade. Quanto menos o Espírito Santo habitar nele, maior será a dificuldade que ele terá para o exercício do perdão. Você já deve ter ouvido de pessoas religiosas e do mundo que o ato de perdoar o próximo é o que existe de mais difícil na vida delas. Isso significa a não plenitude de DEUS em suas vidas.

E como tudo o que DEUS fez e deixou para a igreja viver, o diabo tenta desvirtuar, denegrir, modificar, fazer à maneira dele, com o perdão não foi diferente. Perdoar verdadeiramente deve estar em conformidade com o padrão de DEUS para os Seus filhos. Se o exercício do perdão fugir desse modelo, creia que ele não proveio do SENHOR, mas da carne e do diabo. Por isso, vou escrever, a seguir, pelo menos quatro diferenças entre o perdão no SENHOR e o perdão mentiroso, mascarado, do diabo; como diferenciar um do outro.

1. O perdão do diabo é realizado de boca pra fora. Fomos ensinados que perdoar consistia apenas em abrir a boca e afirmar que perdoamos; que esse sentimento de perdão era suficiente para agradarmos a DEUS. O perdão de DEUS é muito mais que um gesto mecânico de abrir a boca; significa atitude, restituição. Segundo a Palavra de DEUS, perdoar é muito mais que dizer, que sentir. Perdoar é, sobretudo, apagar a dívida e restituir o amor, a aliança, o compromisso. JESUS nos ensinou essa Verdade por meio da Parábola do Filho Pródigo. Um jovem, iludido com os convites e ambições mundanas, decidiu se apartar da família, abandonar a casa, para curtir os prazeres do mundo. Para isso, pediu ao pai parte dos bens que lhe pertencia. O pai, mesmo depois de tê-lo aconselhado a não fazer isso e tomado de muita tristeza, deixou-o ir. O tempo passou e aquele jovem perdeu tudo quanto tinha. Chegou a comer as bolotas com os porcos em uma fazenda. Foi quando, no limite da sua miséria, e não vendo mais caminhos, caiu em si; levantou-se e se dirigiu à casa do seu pai, que, ao vê-lo, abraçou-o, beijou-o, restituiu o devido lugar do filho, não só no espaço físico do lar, mas principalmente no coração, na alma. Veja a transcrição dessa Parábola no Evangelho de Lucas, capítulo 15. Conhece-se um cristão verdadeiro pela sua capacidade de AMAR e PERDOAR o próximo. Há muitos maridos e esposas, que um dia repudiaram seus cônjuges e saíram de casa para viver com outras pessoas, afirmando que perdoaram, que não sentem mais mágoa alguma, que tudo já foi superado, mas que não externam nenhum gesto, nenhuma intenção de voltar, de restituir (muito menos visão de que está no pecado do adultério). O perdão com essas características não provém do Espírito de DEUS, mas, repito, da carne, do diabo. Eu mesmo já fiz mal a algumas pessoas em minha vida que se diziam cristãs. Quando, arrependi-me verdadeiramente, elas simplesmente disseram que me perdoavam, mas que não queriam mais aproximação alguma comigo. Esse é o perdão do diabo, de boca pra fora, que não restitui nada. E quem não perdoa como DEUS ensinou não é perdoado pelo PAI, segundo o que está escrito em Mateus 6:15. O perdão em CRISTO nos faz livres para restituir; o do diabo aprisiona as pessoas na hipocrisia religiosa (é comum encontrarmos pessoas, que se dizem cristãs, mas que não vivem o perdão restituição, mas apenas o que escapa dos lábios).

2. O perdão, assim como o Amor, não busca os seus próprios interesses. O olhar de quem perdoa verdadeiramente não se direciona para o próprio umbigo, mas para o Céu. Como trabalho com restauração familiar, dou sempre exemplos envolvendo maridos e esposas. Recentemente, vi um caso de um marido que, após abandonar a sua esposa por quase 5 anos para viver com prostitutas, procurou-a para dizer que estava arrependido de tudo o que havia feito. Mas, na realidade, o motivo de querer voltar para casa fora a falência financeira que já estava batendo a porta dele. Quis voltar porque não tinha onde morar. O “arrependimento” foi apenas uma máscara, um disfarce usado pelo diabo para enganar a pobre esposa e fazê-la sofrer mais uma vez. Se fosse verdadeiro, teria primeiramente buscado o SENHOR, a comunhão com ELE, esperado pelo tempo de DEUS, e não ter forçado uma situação de volta. O perdão verdadeiro não busca os próprios interesses. Há muitos outros maridos desejando voltar para casa porque as coisas não caminham bem para eles no mundo. E as esposas cristãs, que se sujeitam a esse modelo de perdão e arrependimento, são repudiadas novamente mais à frente, trazendo novo sofrimento à alma. Conheço a história de outra mulher que, repentinamente, recebeu o marido em lágrimas na casa, querendo voltar, dizendo-se arrependido. Na verdade, foram lágrimas fingidas, mentirosas, interesseiras. Não tardou, ele já estava novamente massacrando a alma da esposa, fazendo-a sofrer profundamente; saindo novamente com a outra mulher, mentindo compulsivamente. Trocar a Paz com JESUS, a comunhão com o PAI, por prazeres sexuais com um homem endemoniado, é a pior das escolhas.

3. Há um tempo para o perdão genuíno e verdadeiro. Não é o tempo medido pelas ambições humanas, mas pelo trabalhar de DEUS, a ação do Espírito Santo. O tempo do homem arrependido não pode vir à frente do tempo de DEUS. É preciso buscar o SENHOR de todo o coração, ser restaurado plenamente por ELE, limpo, purificado, liberto das armadilhas de satanás. Não se deve enganar com supostos arrependimentos nem com uma vida presa a idas a cultos em templos. Isso também não representa libertação. Há Bíblia diz que há tempo para todo propósito debaixo do Céu (Eclesiastes 3:1). Não se deve atropelar esse tempo, passar por cima dele. O tempo de DEUS é necessário para a cura e para a libertação. Por isso, “há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar,e tempo de arrancar o que se plantou” (vers. 2). E como perceber a chegada desse tempo? DEUS mostra e confirma através do pastor que dá acompanhamento diário, que seguiu todas as etapas do deserto espiritual com o cônjuge repudiado. O tempo para o diabo é o aqui e agora, de qualquer jeito, impositivo, para atender apenas as satisfações pessoais. Não deve ser assim. Não caia mais nessa armadilha. Quem é de DEUS respeita e espera pelo tempo do PAI.

4. O perdão vindo do coração de DEUS não lembra o passado, mas esquece-o. As histórias infelizes do passado são completamente esquecidas e apagadas. Não existe o pleno perdão em cima de lembranças tristes e amargas. É preciso ter coragem e fé para construir um casamento novo com o mesmo marido ou esposa. Uma nova história alicerçada nos conselhos de DEUS. O marido, que antes traía e mentia, hoje já não faz mais, mas é um homem temente a DEUS, que ama a esposa como CRISTO ama a Sua igreja. A esposa, antes rebelde, rixosa e insubmissa, hoje é uma mulher calada, submissa e obediente. Ambos andam na mesma mão e com o mesmo objetivo: agradar o SENHOR. A unidade no lar e o respeito aos deveres bíblicos de marido e esposa são fundamentais para que um casamento prossiga até a morte. O perdão originário do diabo, vez em quando, fica remoendo as imagens do passado, buscando culpados e ressentimentos. As mágoas de antigamente permanecem. Rejeite esse tipo de perdão, de arrependimento.

Por fim, é impossível conhecer e compreender o Amor e o perdão de DEUS, sem conhecê-LO profundamente, sem ter ampla intimidade com ELE. Fora desse Amor e desse conhecimento, toda expressão de perdão é vã, inútil. Quem não conhecer e ter vivenciado na própria vida a morte e a ressurreição do NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, nunca irá compreender os mistérios do Seu perdão em nós, seres falhos e tão errantes. Ainda hoje, quando erramos, transgredimos, pecamos, e nos arrependemos verdadeiramente (em lágrimas e abandonando o pecado), o SENHOR nos perdoa e nos devolve o exato lugar em Seu corpo, com as mesmas promessas de antes. O modelo do Amor e do perdão tem que ser o de JESUS; nunca o de homens: “Antes sede uns para os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, COMO TAMBÉM DEUS VOS PERDOOU EM CRISTO” (Efésios 4:32); “Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; ASSIM COMO CRISTO VOS PERDOOU, ASSIM TAMBÉM FAZEI VÓS TAMBÉM” (Colossenses 3:13) (grifos meus). Enquanto nos basearmos nos padrões humanos, nunca estaremos livres das mentiras do diabo nem alcançaremos o padrão do Céu.

Em CRISTO,

FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é pastor e líder do Ministério Restaurando Famílias para Cristo.

Fonte: www.familiasparacristo.com.br

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